

Sobre o Projeto
Um mundo nasce!
Há aproximadamente dezoito anos, um grupo de amigos se reunia na casa de um deles para uma atividade que nada tinha a ver com RPG. Naquele ambiente, enquanto um dos moradores jogava Warcraft no Playstation 1, repousava sobre o sofá um exemplar do Livro dos Monstros de Dungeons & Dragons, edição 3.0. Foi a partir de uma conversa espontânea, quase despretensiosa, que nasceu a ideia: montaríamos nosso primeiro grupo. Poucos dias depois, naquela mesma sala, aconteceria a primeira sessão.
Assim teve início uma jornada que atravessa quase duas décadas e que, de alguma forma, ainda persiste. O grupo já não conta com todos os membros fundadores, mas alguns permanecem firmes desde a primeira rolagem de dados, testemunhas da longa história compartilhada.
Quando assumi o papel de mestre de RPG pela primeira vez nesse círculo, logo percebi que precisava criar algo meu — um universo que refletisse minhas vontades, inspirações e intuições. Sem acesso a cenários prontos na época (não havia recursos financeiros e a internet ainda estava distante do que conhecemos hoje), o primeiro mundo nasceu de rabiscos em folhas comuns de papel A4.
Com o tempo, esses esboços se expandiram para mapas maiores em cartolinas unidas com fita adesiva. Anos mais tarde, depois de inúmeras versões e reinvenções, o mundo recebeu finalmente um nome: Ivalkar. Já desenhado no computador — ainda que não na forma atual — ele começou a ganhar contornos mais definidos, deixando de ser apenas improviso para se tornar um universo em constante evolução.

Primeira versão de Ivalkar desenhada em computador usando o software Wonderdraft
Com o passar dos anos, a simples ideia de criar um mundo foi tomando proporções cada vez maiores, transformando-se em um projeto vivo e em constante mutação. Novos conceitos surgiam a todo instante, gerando diferentes versões: mundos alternativos, cenários inspirados em outras condições, continentes redesenhados, elementos sendo excluídos e outros inseridos. Cada tentativa trazia algo de novo — fossem nomes diferentes, mapas com formatos inéditos ou até universos completamente independentes, sem ligação direta com Ivalkar

Ivalkar reduzido com a ideia de retirar "excesso" de terras continentais
No entanto, mesmo os mundos paralelos acabaram contribuindo para o crescimento do projeto original. Cada experiência, cada rascunho e cada versão descartada deixou marcas, e pouco a pouco Ivalkar se consolidou, tornando-se mais completo, mais intrincado e mais rico em detalhes.
Enquanto essa evolução acontecia, inúmeras campanhas foram conduzidas nos mapas físicos — cartolinas coladas com fita, repletas de anotações e símbolos improvisados. Esses mapas foram palco de incontáveis jornadas até que, anos depois, a transição para o meio digital permitisse que Ivalkar ganhasse uma forma mais duradoura e passasse a servir como o cenário-base das mesas de jogo.
Após alguns anos dedicados à criação de mapas no Wonderdraft, realizei a migração para o Inkarnate, que na época ainda não dispunha de todos os recursos e funcionalidades que possui hoje. Mesmo limitado em seus primeiros estágios, o programa abriu novas possibilidades: através dele o mapa de Ivalkar passou a alcançar escalas mais amplas, estéticas mais refinadas e um nível de complexidade muito maior. Com o tempo, o Inkarnate evoluiu, e junto com ele também evoluíram os mapas do mundo. Hoje, toda a produção cartográfica de Ivalkar é realizada integralmente nessa ferramenta, consolidando-se como o pilar da sua representação visual.
Assim, este breve relato resume a longa e contínua jornada do nascimento e amadurecimento de Ivalkar, um universo que começou em folhas de papel simples e que agora se ergue como um mundo digitalmente cartografado, mas ainda em constante expansão.

Ivalkar na versão final mais atual
