Sombrio, ermo e permanentemente envolto por  montanhas intransponíveis e mistérios ancestrais, o  Território de Acácia guarda segredos sombrios enterrados  em fortalezas subterrâneas e ocultos nas infinitas marés  de sua costa traiçoeira. Este é um domínio onde o nome  das coisas se perde no sussurro do vento e onde cada  sombra parece carregar ecos do sobrenatural.

Marcado por histórias que remontam a pactos proibidos e  aparições demoníacas, seu povo vive imerso em uma  cultura profundamente supersticiosa, desconfiada e  reclusa — até mesmo nas grandes cidades, onde o convívio  social é frio, distante e quase ritualístico. Cada viela, cada  beco estreito, parece esconder mais do que simples trevas;  parece ocultar presenças que desafiam a razão.

As sociedades se fecham em fortalezas ciclópicas de  pedra e aço, olhando o mundo lá fora como se este fosse  um abismo repleto de horrores à espreita além das  muralhas. Sem um governo central estruturado — ainda  que a cidade de Vernozza seja reconhecida como capital —,  os acácianos do interior vivem em silêncio, curvados aos  costumes ancestrais, numa existência que contrasta com a  rebeldia fervorosa dos navegantes, piratas e mercenários  que singram os recifes cortantes, desafiando a morte em  busca de liberdade e fortuna.

Famosos por seus monastérios milenares, guardiões de  saberes esquecidos, e pelas lendas que falam de  serpentes marinhas descomunais, vales eternamente  mergulhados na penumbra e aparições que jamais  deveriam ser vistas, o Território de Acácia se ergue como  um lugar tão enigmático quanto amaldiçoado. Poucos  ousam atravessá-lo, e menos ainda retornam, embora  suas riquezas minerais — cravejadas nas entranhas das  montanhas — continuem a atrair a cobiça incessante dos  reinos vizinhos.