Isolado, gélido e perpetuamente envolto por ventos  cortantes e nevascas intermináveis, o Território de  Terannus é vigiado com mão de ferro e olhar implacável  por sua soberana, a Rainha de Gelo — figura enigmática  cuja influência se estende sobre cada aspecto da vida,  desde os mercados silenciosos até as fortalezas envoltas  em brumas eternas. Sob seu domínio de frio, sombras e  esquecimento, ecos de vozes roucas ainda gritam nas  profundezas das masmorras mais cruéis de Ivalkar,  clamando por uma liberdade que talvez nunca venha.

E, enquanto almas livres desafiam os ventos e a neve para  construir seus próprios destinos nesta terra severa e  pouco acolhedora, a vida segue seu curso. A existência em  Terannus é árdua, brutal e implacável, mas,  paradoxalmente, seu povo parece abraçá-la com honra,  prazer e uma dignidade que poucos fora destas terras  compreenderiam. Apesar do isolamento e do frio  implacável, Terannus é reconhecido por oferecer uma  qualidade de vida surpreendentemente alta, sustentada  por segurança, ordem e estabilidade — embora as opções  de lazer e entretenimento sejam quase tão escassas  quanto os dias de sol.

O peso da escuridão que paira sobre Terannus não nasce  do sobrenatural, mas sim de sua própria natureza  implacável: nuvens cerradas, chuvas constantes, nevascas  ferozes, noites que se arrastam além do normal e um sol  tímido que raramente rompe o véu de cinza que cobre os  céus.

Grande parte do território é dominada pelo Domínio de  Arlathorn, uma vasta floresta congelada onde árvores  ancestrais desafiam o próprio tempo. Ali, uma sociedade  élfica sobrevive em harmonia com os humanos que  governam estas terras, a ponto de muitos elfos se  tornarem parte intrínseca das cidades, vivendo como se  fossem filhos legítimos de Ivalkar, moldados pelo mesmo  gelo, pela mesma pedra e pela mesma eternidade branca  que define Terannus.