O Reino de Caldor é uma vasta e complexa zona de  transição geográfica, onde mundos distintos se encontram  e se chocam. Ao leste, estendem-se as areias infinitas do  Cajistão; ao oeste, erguem-se as florestas densas e as  planícies férteis do poderoso Reino de Eghateron. Assim  como sua geografia une extremos, sua cultura, sua política  e seu povo refletem esse mesmo mosaico de contrastes.  

Caldor foi palco de inúmeras guerras devastadoras, que  lhe custaram caro: perdeu vastas porções de território —  sobretudo para Eghateron —, além de sua estabilidade  política, econômica e social, que foi completamente  dilacerada. Ainda se mantém como um reino soberano,  porém profundamente transformado. Sua capital, outrora a  imponente Tadj Al Zekyr, foi transferida para a cidade de  Geradd, no sul — uma região mais fértil, segura e distante  dos antigos campos de batalha. Grande parte da população  também migrou para este refúgio, buscando reconstruir  suas vidas longe das cicatrizes da guerra.  

Caldor é, em essência, uma extensão natural do Cajistão,  tanto em paisagem quanto em espírito. Não é raro ouvir  seu território ser chamado informalmente de “Cajistão do  Oeste”, tamanha a similaridade cultural e histórica que  compartilha com seus vizinhos orientais. Suas cidades são  um curioso equilíbrio entre autonomia e lealdade ao trono  — um Califado em reconstrução, onde tradições ancestrais  se misturam aos ecos de um passado imperial ainda vivo  na memória coletiva.  

Nas últimas décadas, Caldor vem, pouco a pouco,  retomando sua força, sua influência e seu prestígio.  Contudo, a árdua jornada para restaurar a glória perdida  permanece longa e incerta.  

Localizado a oeste da lendária “Passagem do Cajistão”,  aquele estreito que divide Leste e Oeste, Caldor é onde  desertos abrasadores se encontram com as florestas  ancestrais do Domínio Élfico de Ella Noréh e, ao sul, com  as pradarias férteis do Reino de Laurência. Uma terra de  encontros, conflitos e resiliência.